A Maíra estava com 5 ou 6 anos. O Raoni entre 3 e 4. O
governo do estado havia criado um projeto pré-escolar, que se pretendia
moderno. A escolinha era bem próxima da nossa casa, e a Marli, então professora estadual, resolveu
matriculá-los. A diretora, razoavelmente conhecida da Marli, era toda simpatia.
Começamos a estranhar a relutância do Raoni em querer ir pra
tal escolinha moderna. Chorava muito, esperneava em uma resistência fora dos
padrões do seu comportamento habitual.
Um dia, a toda simpática diretora veio nos contar, entre
espantada e incrédula, o entrevero que teve com meu filho, que não parava de
chorar. Claro, ela foi dar-lhe uma bronca, que depois soubemos ser sua forma de
lidar com crianças. Segundo ela, o Rá parou de chorar na hora, enfiou o dedo na
sua cara e disse:
- Eu não gosto que gritem comigo!
Ainda hoje fico imaginando a cara da mulher ao ser
confrontada dessa maneira por uma criança de 3 ou 4 anos.
Dona Idalina, acho que era esse seu nome, era a merendeira
da escolinha. Foi ela quem nos contou como era o tratamento grosseiro dado pela
diretora simpática às crianças. Tiramos nossos filhos da escola e, nesse curto
período que ficaram, desenvolveram uma grande afeição pela dona Idalina, única
a tratar os pequenos com humanidade, que mantiveram até a idade adulta. Anos
depois, quantas vezes a encontrávamos na rua e ela vinha abraçá-los e beijá-los.
Eram ainda as suas crianças.
Ah..essas histórias! Obrigado. To aqui deitado no sofá e lendo. Vida boa!
ResponderExcluirAproveite... rs... cheguei faz pouco da rua. Agora chove. Estou pensando em não ficar sozinho e estou matutando alguma coisa aqui... rs rs...
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