Alguns momentos penso em escrever um texto contundente e
indignado sobre esse brasil (sim, minúsculo) dos desmandos legislativos,
executivos e judiciários.
Penso em um libelo profundo em oposição à superficialidade
da nossa classe média e o grotesco apetite da burguesia insaciável.
Penso em um ato que seja o antídoto final contra a violência
bestial da polícia militar. Um antídoto que se estenda às violências contra
crianças, negros, pobres, mulheres, homossexuais ou indígenas.
Penso em um manifesto que extirpe as desigualdades, a
exploração, os preconceitos e discriminações.
Penso em teorizar sobre todo mal provocado pelas crenças
religiosas. Teorizar sobre o fim dessa praga “divina” a solapar o entendimento,
o dinheiro e a consciência dos seres humanos.
Penso em colocar a primeira e última pedra sobre o túmulo do
capitalismo.
Penso em cada nova personagem maléfica que terei que trocar
quase que diariamente na malhação conformista do Judas.
Penso nas soluções definitivas para todos os fatos diários,
de incompreensível emaranhado, que marginalizam uma nação. Penso no fim do
estado.
Penso em todos que pensam. Em todos que pensam que pensam.
Naqueles que não pensam. Em outros que penso que não pensam.
Penso no que pensam sobre o que penso ou não penso, ou mesmo
se penso.
Suspenso, penso.
Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Penso...
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