Nunca pretendi ser um poeta, apenas brinco. Talvez resida aí
minha recusada poesia. Brinco, pois conheço. Não tenho falsa modéstia e me
divirto com suposta prepotência. Quando publico um poema é mais um esforço em
me autoanalisar em relação ao embate que com ele travo. Pouco se me dá opiniões
a seu respeito. Nessas pequenas batalhas, somente eu e ele. Exceções raríssimas
têm minha consideração no entrevero.
Assim se dá quando faço críticas. Sou um péssimo crítico,
pois não pretendo vender livros para ninguém. Nem quero que deixem de fazê-lo.
A crítica é minha, não tem direcionamento. Sou o arqueiro, o arco, a flecha,
seu voo e o alvo. Não me responsabilizo pelos desvios de direção que, inadvertidamente,
atingem alvos de não tão sólida estrutura. Críticas nominais estão carregadas
de honestidade, seja pela qualidade ou possibilidade de. Aí é onde sou mais
social e normatizado.
Tudo o que faço é uma longa e extenuante conversa comigo
mesmo. Querer entrar no papo é perder tempo de aprendizado, de exercícios, de
leituras e experimentos. Eu sou minha linguagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário