terça-feira, 6 de dezembro de 2016

EU, O DEMÔNIO

Nunca pretendi ser um poeta, apenas brinco. Talvez resida aí minha recusada poesia. Brinco, pois conheço. Não tenho falsa modéstia e me divirto com suposta prepotência. Quando publico um poema é mais um esforço em me autoanalisar em relação ao embate que com ele travo. Pouco se me dá opiniões a seu respeito. Nessas pequenas batalhas, somente eu e ele. Exceções raríssimas têm minha consideração no entrevero.

Assim se dá quando faço críticas. Sou um péssimo crítico, pois não pretendo vender livros para ninguém. Nem quero que deixem de fazê-lo. A crítica é minha, não tem direcionamento. Sou o arqueiro, o arco, a flecha, seu voo e o alvo. Não me responsabilizo pelos desvios de direção que, inadvertidamente, atingem alvos de não tão sólida estrutura. Críticas nominais estão carregadas de honestidade, seja pela qualidade ou possibilidade de. Aí é onde sou mais social e normatizado.


Tudo o que faço é uma longa e extenuante conversa comigo mesmo. Querer entrar no papo é perder tempo de aprendizado, de exercícios, de leituras e experimentos. Eu sou minha linguagem. 

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