sexta-feira, 11 de novembro de 2016

FALANDO DA ROTUNDA







Tocar em uma banda de rock é algo que dá tesão. Esse prazer vem principalmente quando todos os membros têm a consciência de não pretender ser a melhor banda de rock do mundo, ou mesmo do pedaço. É muito gratificante saber que nenhum está preocupado com sucesso, ainda que seja em barzinhos ou eventos de clubes de motociclistas.

Assim funcionamos. Sabemos de nossas limitações como músicos, mas apostamos em nossa criatividade, que sempre nos empurra pra frente. Trabalhamos com mais de 95% de músicas autorais e alguns poucos covers rearranjados. Também apostamos muito na qualidade de nossas composições.

Óbvio que temos uma série de conflitos, afinal somos cinco seres humanos, ou que se pretendem como tal, e nenhum gato ou cachorro como mascote. Filhos, namoradas, esposas, familiares e amigos fazem parte da tietagem, garantindo um acréscimo na soma final do número de fãs e, algumas vezes, um motivo de apaziguamento nos ânimos exaltados
.
Esses conflitos tem origem na formação cultural e musical de cada um, levando-se em conta também a diferença de idade. Um não suporta MPB, outro abomina rock progressivo, aquele detesta Ramones. Um fica discutindo filosofia, outro falando de poesia, aquele fazendo a cabeça, como dizíamos lá pela década de 1970. Tem aquele que é mais taciturno, tem outro que fica só na piada, um que prefere ficar mais quieto e, claro, não podia deixar de ter o tradicional chato. Sem contar que três moram em Franco da Rocha, um em Francisco Morato e outro em Caieiras.

O que nos mantém unidos, além desse trabalho que envolve a banda, é o poder que nos unge proveniente dos Beatles, John Lennon, Jimi Hendrix, Rolling Stones, Creedence Clearwater Revival, Neil Young, Lou Reed, David Bowie e tantos outros que não cabem no espaço. Força matriz e motriz.

Com tudo isso, hoje mais libertos, vivemos o melhor momento da banda, com a formação atual. Estamos mais afiados, nos entendendo, produzindo e tocando melhor.

Esse bom momento está intimamente ligado à resolução de problemas pessoais, que muitas vezes interferem, mas, principalmente ao convívio com os membros mais novos. Um sentir-se a vontade, como via de mão dupla, é que faz toda a diferença.

Assim, já contatamos um estúdio de gravação pra começar a montar nosso CD. Pretendemos fazê-lo em etapas, pois convidamos alguns outros músicos para que participem de algumas faixas. 

Portanto, ensaios a mil. 

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